Arte | Sinais ao tempo e a fala

Jogo do Espelho detona a timidez

Por Dani Pessôa

Estar em cena constantemente é o melhor exercício ao ator. Mas é na sala de aula que estes profissionais são formados realmente. Não existe outro caminho além do estudo e dedicação extrema para que, uma carreira alavanque ou que se dê um início veridicamente funcional.

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Reduzindo o fator timidez, notável em cena porém; que deve ser desvinculado do ator quando sua personagem está em ação no palco, é preciso treinar por métodos; e estes são chamados de exercícios. Sendo no formato jogos teatrais, a técnica aplicada a prática torna-se algo natural e imperceptível a quem exercita-se, mas a sensação de soltura, bem-estar e alegria é inegável. O ator vivencia o ato de experimentar, testar caminhos alguns funcionais e outros nem tantos, e nesse último caso existe o processo da adaptação.

Um bom treinamento interligado ao foco, atenção, memória intelectual, sensorial e motora entre outros elementos mais complexos ao serem descritos, é a proposta do Jogo do Espelho. Nesta cena situação, o ator em exercício coloca-se no centro, enquanto o ator que irá somar neste exercitar coloca-se frente a este, os outros alunos atores no mínimo de dois a três; falam ao mesmo tempo assuntos diferenciados e aí está o grande desafio; o aluno em exercício deve reproduzir os movimentos do colega de cena posicionado à sua frente, como se estivesse vendo-se no espelho, respondendo questão a questão em time rápido sem perder a lógica e movimentações. Um treinamento complexo que torna o ator hábil em cena, tanto corporalmente e nas ações de tempo à fala, um improviso dinamizando todo contexto.